Emprego é bom, mas sem fofoca!
Hoje em dia, pra qualquer empreguinho os negos estão exigindo o tal de “exame intelectual”, que não é outro senão a prova de conhecimentos gerais. E foi uma das tais que deixou indignado o radical Febrônio Cajusé.
Necessitando urgentemente trabalhar, Cajusé inscreveu-se para uma vaga de vigilante, em determinada empresa de Maceió e no dia do exame ele estava lá, instalado como o primeiro da fila. Não demorou muito, um sujeito usando óculos de lentes fundo de garrafa, o chamou:
– Preparado para o exame?
E Febrônio Cajusé:
– Mais ou menos…
– Vamos ver, então. Sente-se alí naquele canto, por favor.
O candidato sentou-se diante de uma mesinha no lugar indicado, e ficou aguardando o início da aquilatação dos seus conhecimentos. Daí a pouco, o examinador deu início a arguição:
– Bem… vamos iniciar pela História do Brasil, certo?
– Certo.
– Você é bom de memória?
– Faço o possível.
– Então, me fale de Pedro Álvares Cabral!
– Falar de quem?
– De Pedro Álvares Cabral!
A reação do Cajusé espantou os demais candidatos e o próprio arguidor: ele levantou-se de um pulo, arregalou os olhos e despejou:
– Não quero mais esse emprego!
– Ora, mas por quê? – indagou o examinador.
– Porque detesto fofoca!
– Fofoca?! De onde você tirou essa idéia? Ficou maluco?
– Maluco o cacete! O senhor acaba de me pedir pra falar mal desse tal de Pedro Alves, que eu nem conheço!
– Mas…
– Quero saber de fofoca não, meu senhor. Tô fora dessa!
E girou nos calcanhares, retirando-se da sala.
O “amigo” era ele próprio!
Apesar de muito retraído, padre Silvestre tinha a fama de desmantelador de corações femininos. O reverendo era um verdadeiro atleta e, ainda por cima, galego dos olhos azuis. Sua paróquia ficava no interior de Pernambuco.
Um dia, tempo nublado e ameaçador, ele entrou no consultório médico do amigo Adelflanaldo Botelho, que também era chegado a um rabo de saia:
– Meu caro doutor! Estou precisando de um grande favor seu!
padre.
– Você manda, meu caro! O que deseja deste seu velho amigo?
– É que eu tenho um paroquiano que pegou uma doença venérea e…
O doutor interrompeu:
– Tudo bem, reverendo. Pode pôr o seu amigo aí pra fora, que eu vou examiná-lo!
Mulher bastante caridosa
Trabalhador incansável, o Obliteraldo viajava a semana inteira por tudo quanto era biboca nordestina, exercendo a função de propagandista de remédios. Só voltava pra casa no sábado, morrendo de cansado e, na grande maioria das vezes, sem condições de exercer o seu papel de marido, no leito conjugal. Certa feita, madame ameaçou: “Olha, Obli, se você continuar me negligenciando, eu vou me virar por aí!”.
Mais ou menos um mês depois dessa promessa, a mulher do Obliteraldo deixou de reclamar e ele então passou a se ligar na realidade.
Bela manhã de domingo, Obliteraldo embocou na igreja de venta acêsa e foi direto à sacristia, onde se achava o pároco:
– Padre Odorico, pelamordedeus…
– O que foi que houve, que lhe deixou tão desarvorado, meu filho?
– Ela cumpriu a promessa!
– “Ela” quem? Quem foi que “cumpriu a promessa”?
– A minha mulher, padre! Hoje eu descobri que ela está dando pra todo mundo!
E o vigário:
– Louvado seja Deus! Espero que ela também se lembre dos irmãos aqui da paróquia!
O velho tarado “primaveril”
Seu Lindolfo, velhote imoral e safado, morador do Farol, adorava dar “cantadas” em cocotinhas. Viúvo, ele sentava a bunda num daqueles bancões de cimento da Praça do Centenário e haja a tirar onda com a menininhas.
Uma tarde, aboletado no ponto de sempre, vislumbrou uma moreninha cheínha de curvas e ficou de butuca nela. Quando a garota foi passando, ele pilheriou:
– Quanta saúde, hein?
– E daí? – replicou a garota, meio malcriada.
– Daí nada, minha queridinha. Você gosta de primavera?
– Gosto, sim, por quê?
– Porque eu tenho quase 80 primaveras pra você abusar delas do jeito que quiser.
Corno gordo não emagrece!
Nestorzinho entrou em casa aos prantos. Seu pai, o mecânico Hipotenuso, tomou o maior susto:
– O que foi que houve, meu filho?
E o menino:
– Foi seu Arionélio… Ele me deu um cascudo… snif…
Hipotenuso subiu nas tamancas e partiu para enfrentar o agressor do filho. Embocou na casa do sujeito e falou brabo:
– Ô seu fiadaputa! Por que em vez de bater numa criança você não tenta bater num homem?
– É que o seu filho mereceu! – defendeu-se o agressor.
– Mereceu, é?
– Mereceu. Ele andou espalhando pela vizinhança que eu sou um corno gordo!
– E você acha que batendo no menino vai emagrecer, por acaso?
Traidor compulsivo
Sacerdote ainda novo, Nildo Villanova assumiu a paróquia de Sertãozinho, em Pernambuco, cheio de novidades. No seu terceiro sermão dominical, ele anunciou, cheio de autoridade:
– Mandei providenciar vários exemplares de cruzes especiais para os pecadores desta paróquia. Solicito que cada marido venha aqui e pegue uma cruz para pôr no local onde já tenha traído a esposa.
Nesse momento, levantou-se um tal de Esmeraldino e falou pro sacerdote:
– Me separe logo umas vinte, viu reverendo?
Todos precisam dormir!
O ilustre conferencista Leobino Fonsêca soltava o verbo, perante seleta platéia, num determinado centro de ensino.
Todo ancho, crente que estava abafando, ensinava “como dominar as massas com o uso da oratória”. Numa das primeiras filas, um certo Auriglonaldo puxava o maior ronco, fato que motivou a reclamação do colega ao seu lado:
– Ô meu! Para de roncar! Você tá atrapalhando os outros!
– E eu com isso? – respondeu o inconveniente. – A boca é minha, a goela é minha, e eu ronco a hora que quiser!
– Tudo bem. Mas todo mundo está acordado por sua causa!